Dilma pede explicações de ministro do Esporte após denúncias de corrupção

Por telefone, A presidente Dilma Rousseff pediu ao ministro do Esporte, Orlando Silva, que providencie explicações públicas sobre a denúncia acerca de sua participação no esquema de desvio de dinheiro destinado a crianças carentes. A acusação foi feita por um dos suspeitos já detidos em entrevista à revista "Veja" na última sexta-feira.

Dilma perguntou se haveria certeza da parte de Orlando de que não há envolvimento com o desvio de verbas. A resposta foi positiva e o ministro do Esporte seguiu com a estratégia de apenas desqualificar os denunciantes. Segundo Dilma, não deve-se tomar nenhuma atitude mais drástica por enquanto.

Após a acusação, as correntes de oposição já começaram a se mover contra Orlando Silva. No último sábado, o partido dos Democratas (DEM) emitiu uma nota pedindo a exoneração imediata do ministro, além de solicitar uma investigação profunda da Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e Tribunal de Contas da União sobre o esquema. O Partido Popular Socialista (PPS), deve reforçar os pedidos nesta segunda-feira.

Orlando entrou em contato com a direção do PcdoB (seu partido) para tentar organizar uma estratégia de reação à acusação. O líder do grupo na Câmara, deputado Osmar Júnior, teria ainda ligado no último sábado para discutir a situação com Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo. A ideia é antecipar-se à oposição, na medida em que Orlando quer depor rapidamente na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. O depoimento deve ser feito já na próxima terça-feira.

A indicação para Esportes

Orlando Silva não é indicado direto da Presidente Dilma. Ele foi nomeado ainda no governo Lula e permaneceu no cargo, mesmo quando muitos o questionavam. O atual ministro sofre ainda forte desgaste político com as complicações para a organização da Copa do Mundo de 1014. Diante deste contexto, acredita-se na fragilidade de Orlando e que o cargo poderá ficar vago em breve.

Caso o Ministro do Esporte seja removido do cargo, a imagem de Dilma como presidente da "faxina" ética política deve ser ainda mais reforçada.